quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Contribuição do Movimento Contestação/Coletivo Nacional Levante


Quem somos?
Somos jovens e construímos o Mov. Contestação/Coletivo Nacional Levante! Queremos transformar o tédio em melodia, não aceitamos preconceitos e discriminações. Lutamos por democracia, pluralidade e diversidade na educação brasileira. Uma educação que combata nossa cultura machista, a homofobia e o racismo e contribua para libertar e conscientizar. Que se oponha a qualquer hierarquia, o autoritarismo do mérito, a hipocrisia dos títulos. Uma universidade para todos e todas, de forma igualitária. Fazemos esse chamado a tod@s que, como nós, não aceitam as injustiças impostas pelo sistema capitalista, então: levante-se e conteste você também!


1) Democracia
Juventude pelo mundo
A sociedade elitizada que nos oprime aqui no Brasil oprime milhões de pessoas pelo planeta. Os jovens acabam sofrendo as conseqüências da opressão com bastante intensidade. A juventude do mundo está se levantando e conseguindo junto aos trabalhadores vitórias importantes. A primavera árabe foi uma relevante onda revolucionária, com manifestações e protestos que derrubaram ditaduras e mudaram os rumos da região.

Democracia real, tod@s para o dia 15/10!
Em 15 de maio, os jovens “indignados” na Espanha levantaram-se contra os graves efeitos da crise mundial no país: forte desemprego, estouro súbito da borbulha imobiliária, além de muitos casos de corrupção política. Através de um movimento plural que surgiu de forma espontânea, e cresceu pelas redes sociais, centenas de jovens e trabalhadores acamparam juntos na praça Puerta del Sol, numa só voz, contestando e exigindo mudanças imediatas. Seguindo o seu exemplo, fazemos um chamado a tod@s “indignados” brasileiros que sonham com um futuro diferente a realizar esta mudança. O DCE da UFRGS deve organizar junto aos estudantes esse acampamento em POA. Contra as injustiças em nosso país e a corrupção, e em defesa dos 10% do PIB para educação!

Na América Latina as lutas não param...
três meses milhares de estudantes e professores chilenos saíram às ruas exigindo uma educação pública, gratuita e de qualidade. Sindicatos de educação e entidades estudantis de toda a América Latina, além dos chilenos, têm insistido que a educação é um direito social, e não uma mercadoria. Por isso, somos todos chilenos fazendo beijaço nas ruas em defesa de uma educação gratuita, somos todos árabes e africanos protestando contra os governos ditatoriais, somos todos espanhóis contra o desemprego e a corrupção. Educação não é mercadoria, não pago não pagaria!

Juventude e trabalhadores: exemplo de luta!
Apoiamos os servidores da UFRGS que ficaram 90 dias em greve em defesa da educação pública, e as diversas ocupações de reitoria em todo o Brasil com estudantes e trabalhadores. O movimento estudantil não para, mesmo com o fim da greve as ocupações continuam, reivindicando melhor qualidade na educação, direito à representação e voz política dentro da universidade.

Democracia na universidade: paridade!
Ao pensar um projeto de universidade popular é inadmissível não radicalizarmos a democracia nas instâncias de decisão internas e questionar o 70/15/15. Precisamos discutir a paridade nas representações das categorias e avançar ao 33/33/33, através de mobilizações e construção de espaços de debate entre a comunidade acadêmica.

Direitos humanos
Concepções racistas, sectárias, machistas, homofóbicas, etc, seguem tomando conta do debate público e, não raras vezes, interferindo na consolidação e aplicação de políticas públicas. Mais recentemente, de maneira assustadora, estas concepções passaram a ser defendidas, a partir de atos de violência, em diferentes partes do país. Neste contexto, as universidades públicas adquirem um papel fundamental, uma vez que a educação é o caminho por excelência para a inclusão de cidadãos membros de uma Nação. Não obstante, inclusive no interior destas, as manifestações contrárias à garantia dos direitos humanos têm se difundido. É nossa obrigação, enquanto membros de uma universidade pública, problematizar e construir novos argumentos e alternativas para questões que se refiram à violação de direitos humanos. Na UFRGS, torna-se urgente a construção de espaços de debate permanentes, como comissões interdisciplinares e presentes nos diferentes campi, que integrem estudantes e professores e sirvam como canal de expressão para todo aquele que se sentir ameaçado ou excluído desta nossa universidade que se diz universal.

Queremos ser: mulheres, livres e independentes, mães, estudantes e trabalhadoras, com dignidade e igualdade de oportunidades!
Historicamente, a luta pela emancipação da mulher e conquista por espaços de participação na sociedade e no mercado de trabalho se mostra como um marco importante para a reivindicação dos direitos de igualdade nas relações de gênero. Não podemos esquecer que a liberdade de escolha da mulher moderna sobre o seu projeto de vida pode priorizar sim a sua independência de gênero e liberdade sexual.
Quais são as iniciativas da Universidade para atender às necessidades das jovens mães? No contexto da UFRGS o atual Auxílio Creche (R$ 75,00), oferecido pela SAE é insuficiente. Assim, nós do Mov. Contestação defendemos uma efetiva política de assistência estudantil às jovens mães estudantes e trabalhadoras, concedendo a oportunidade para que os filhos(as) destas estudantes tenham acesso ao recurso da Creche da UFRGS, que atualmente é disponibilizado apenas para filhos(as) de técnicos administrativos. Defendemos ampliação dos serviços e vagas. Defendemos também espaços de recreação para os filhos(as) das estudantes de curso noturno, que permita a frequência das estudantes, bem como cuidado e orientação de seus filhos(as) em processos lúdico educativos.

2)           Financiamento
Universidade brasileira: conjuntura e perspectivas
Aqui no Brasil estamos enfrentando diversos problemas no ensino público. no início do ano, Dilma cortou 50 bilhões sendo 3,10bi da educação, ao mesmo tempo em que aumentou seu próprio salário. Logo após, os deputados também aprovaram aumento salarial de 61% para si. Por outro lado, deixam o salário mínimo com seus míseros R$ 545,00!
Precisamos dar mais atenção à educação pública de nosso país, passam governos, tanto federais e estaduais e nada muda.  A ampliação da universidade só pode ser real se acompanhada de mais verbas, por isso a aplicação do REUNI, sem uma preocupação real pela qualidade, não é suficiente. A situação, por exemplo, do curso de Dança da nossa universidade, que carece de infraestrutura adequada para a realização de suas aulas, é inadmissível. Temos de gritar o mais alto que pudermos e mostrar ao Governador Tarso à Presidenta Dilma que queremos mais verba para educação.

10% do PIB para educação pública !

Estão garantidos na CF/88 os 10% do PIB para educação. Na década de 90, a LDB aprovou 7% do PIB para a educação, o governo FHC vetou, os governos Lula e Dilma mantiveram o veto. Neste ano, sindicatos, DCE's, DA's/CA's, além da UNE, ANEL e vários coletivos de estudantes estão reorganizando a luta em defesa dos 10% do PIB para educação, uma vez que hoje o governo investe apenas 3,7%.
  Achamos que todas as entidades sindicais, estudantis e movimentos organizados devem realizar uma campanha nacional coletando assinaturas em defesa do plebiscito oficial, mesmo com a realização de um plebiscito popular. Através de um plebiscito oficial poderemos levar esse debate para toda a população com tempo na TV aberta. Dialogar com quem realmente precisa de uma educação pública.

Garantia de acesso e permanência para popularizar a universidade.
Por que Reserva de Vagas e Política de Permanência?

O Brasil com suas dimensões continentais tem uma das maiores diversidades culturais, étnicas e, também temos de dizer, econômicas do mundo! Mas a informação dessa diversidade é muito mal distribuída, e isso nos impressiona. Muitas pessoas não sabem quantos indígenas moram no estado; não sabem a percentagem aproximada de negros que moram na sua própria cidade; ou quais as dificuldades que um deficiente passa para conseguir ir à escola ou trabalho.
Nós do Mov. Contestação/Coletivo Levante temos o projeto “Universidade Pública, tô dentro!. levando a informação aos estudantes de periferia, que não sabem que a escola e universidade pública é mantida com os impostos pagos por tod@s nós.

Cotas para popularizar!

É por isso que a Tese do Movimento Contestação defende: Cotas para popularizar! Não basta que a Universidade tenha cotas, é preciso que os estudantes que ainda não estão na UFRGS saibam que as cotas os beneficiam, pois séculos de exclusão não se resolvem com uma falsa igualdade, é necessário que haja igualdade de oportunidades!
Propomos que nesse V Congresso de Estudantes se defenda a ampliação das cotas sociais e  étnico-raciais e que se revejam as condições de alguns colégios e modalidades de ensino como pertencentes ao benefício das Ações Afirmativas, como por exemplo, os EJA e os estudantes de escola particular com bolsa integral.

Políticas de permanência e infraestrutura é uma necessidade.

Não basta entrar na universidade e não conseguir se manter. Por que defendemos RU à R$ 1,30, Casa de Estudante, Bolsas de R$ 450,00? Porque igualdade não é igualdade se não forem iguais as oportunidades! O DCE deve lutar e defender o RU do Vale na Informática prometido pelo reitor em 2009, a ampliação do RU do Centro e o início das obras do RU que atenda aos alunos do Litoral, por que não ter RU ou passar 1h na fila não é qualidade de ensino, é superlotação!
Não é possível que a reitoria não valorize o trabalho dos próprios alunos da UFRGS, por isso R$ 450 para os bolsistas da UFRGS, extensionistas e iniciação científica, pois não é aceitável ver os colegas desistirem de suas careiras para irem trabalhar para quem paga mais! A Casa de Estudante do Vale virou lenda? Não. Temos de continuar a lutar por ela.

Os combates que continuamos a travar, dentro e fora dos muros da UFRGS, rumo a uma Universidade Popular para o culo XXI são:

10% do PIB para educação pública.
Democracia Real Já!! – todos pelo dia 15/10
Contra o desenvolvimento insustentável do mundo - por uma universidade ecológica como política da administração da UFRGS! Fora copo plástico dos RUs!
Pela Reforma Agrária !
Pelo direito à cidade e à moradia. Reforma Urbana já!
Contra o racismo, xenofobia, homofobia, e qualquer tipo de preconceito e opressão!
Por uma Universidade feminista! Pela creche, assistência saúde e ouvidoria!
Por uma Universidade negra e indígena e sem racismo. Ampliação das cotas !
Pelo Direito à Diferença: Acessibilidade!
Pela livre expressão da cultura popular!
Pelo acesso à cultura: Meia-Entrada !
Radicalização da democracia dentro na universidade: Paridade !
Acesso e permanência na Universidade: ampliação dos RUs e Casa de Estudantes !
Qualificação da assistência estudantil aos alunos africanos e latinoamericanos da UFRGS: intercâmbio com igualdade e não diferenciação!
Edição das Jornadas Culturais


Nomes dos estudantes que assinam esta tese:

Alexandra de Souza Scholant – Física
Adriana Correa da Silva - Biomedicina


Ana Paula Freitas Madruga - Ciências Sociais/ PROPUR


Andressa das Neves Teixeira - Poíticas Públicas
Alexandra Rodrigues Lazzarini - Ciências Sociais
Anelise Pereira Bauer - Administração
Bruna Ferreira Correa – Serviço Social
Bárbara Juliana Lauxen – História
Bruna Ferreira Correa - Servico Social


Bruno Klafke Alves – Enfermagem


Calane Tavares Rodrigues – História
Camila Barbosa – História
Cládio Abel - Ciências Sociais
Cristiano Pereira da Silva – Geografia
Camila Simões Pires Pacheco - Ciências Sociais


Ceres Nascimento de Castro (Aluna especial) – Biblioteconomia
Cleoson Roberto da Silva - Ciências Sociais


Eduardo Hernandes Dutra - Ciências Sociais
Emanuele Glaeser – Políticas Públicas
Fábio Nunes Castro - Ciências Sociais
Graziela Mônaco Vargas - Arquivologia


Gabriela Muniz Figueiredo - História


Gabriela Dias Blanco – Políticas Públicas/ PPG em Sociologia
Gabriela Schumacher - Políticas Públicas
Giana Lagranha Souza Arnecke - Biblioteconomia
Juliana Carvalho Pereira - Biblioteconomia


Juliana Paiva Palhares - Ciências Sociais
Juliana Loureiro de Oliveira - Jornalismo
Juliana dos Santos – Políticas Públicas
Lucas Porto Azevedo – História
Lisiane Guedes Silverio - Serviço Social
Lueci da Silva Silveira – História
Luis Henrique Rosa Rodrigues – Políticas Públicas
Marlise Paz dos Santos – Ciências Sociais
Kate Lima de L.Dall'Agnol - Políticas Públicas
Paulo Eduardo de Souza Francisco - Música


Rejane Aparecida Aretz - Políticas Públicas
Renata Dalzen Folleto - Ciências Sociais
Rubens das Neves Neto - Ciências Sociais
Rafael Delgado da Silva do Prado- História
Silvia Maria Puentes Bentancourt - Biblioteconomia
Tiago Schuaste Dietrich – Pedagogia
William E. Sodre - Ciências Sociais
Voltayre Vencato - Políticas Públicas

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