Tese
“Coragem se o que você quer é aquilo que pensa e faz!”
Conjuntura
O Brasil tradicionalmente teve programas educacionais “elitistas” como foi visto na expansão dos colégios e universidades privadas, concomitantemente com o sucateamento das instituições educacionais públicas, como foi claramente percebida, na década de 90, quando tivemos governos neoliberais. Nos últimos anos, tivemos gradualmente um recuo dessa maneira de fazer educação no país: O governo conseguiu, através de reestruturação da forma como é administrado o Ensino Público avançar com maior abrangência no ensino: aumentando consideravelmente o número de matrículas nas universidades públicas, financiar alunos carentes nas universidades privadas, que deram a estes as oportunidades de conquistar o diploma e ter um futuro mais decente. Todavia, a forma como hoje se democratiza o ensino dificilmente conseguirá suprir todas as necessidades da população brasileira: para isso é necessária um novo sistema de educação muito mais inclusivo do que o atual. Sem contar que a lógica conservadora de se fazer educação continua predominante! Vemos, nas salas de aulas, a transmissão das ideologias das elites dominantes, práticas pedagógicas que visam ocultar a realidade, educação apenas para “qualificar” a força de trabalho, assim, isolando essa das demandas e problemas sociais.
A forma conservadora de lidar com o ensino está escancarada nas Universidades: existe uma hierarquização nas decisões dos rumos desta onde os professores têm mais voz que os estudantes e os funcionários, além da clara exclusão do resto da sociedade, a qual sustenta esta instituição pública via impostos, como, por exemplo, movimentos sociais e associações comunitárias.
“Coragem se o que você quer é aquilo que pensa e faz”
No entanto, o Movimento Estudantil pauta de maneira oportunista os rumos da universidade: Um lado exaltando de maneira acrítica as “conquistas” governamentais e o outro lado se limitando a criticar demostrando estarem mais preocupados em ganhar votos do que propor e disputar verdadeiramente a maneira de se fazer educação.
Para obtermos uma educação de fato democrática, social e libertadora é necessário uma “Revolução Pedagógica e de Ensino” que passa pela democratização das decisões dos rumos da Universidade, rompimento com a lógica conservadora de educação e fortalecimento da Pesquisa e Extensão nas academias.
“Coragem se o que você quer é aquilo que pensa e faz”
1) Democracia
Democratizar é garantir os DIREITOS e a VOZ de TODOS!
Democratizar a Universidade, de fato, não é apenas prover os estudantes de 33% sobre as decisões sobre ela, bem como os funcionários e os professores. Não somos peritos em matemática, mas três fatias de 33% exclui o restante da sociedade, a qual sustenta a instituição, de participar do debate sobre qual é função daquela para o país. É fundamental, incluir os movimentos sociais e as associações comunitárias nas decisões dos rumos que a Universidade Pública deve seguir: democratizar não é apenas assegurar o direto a voz a todos os setores da sociedade, mas também, GARANTIR O ACESSO À EDUCAÇÃO PARA TODOS.
O dever do estudante não é defender as bandeiras governistas, como o REUNI, de maneira acrítica nem o de execrar todo e qualquer projeto que o Governo aplica: nosso dever é o de ser vetor de transformação para a GARANTIA de que TODO O BRASILEIRO possa concluir um ensino superior de qualidade, se assim o desejar.
Referente às ações de extensão, a Universidade não pode contentar-se com ínfimas atividades nessa área. Os alunos da Universidade Pública devem ter o compromisso de mudar para melhor a sociedade em que vivem, e isso passa por auxiliar as escolas públicas em seu ensino, bem como repassar o aprendizado que adquirem na Universidade, afinal nós devemos saber enxergar através dos muros da UFRGS.
O papel dos estudantes junto com a Universidade é auxiliar a sociedade na conquistar de uma boa condição de vida e de ensino. Para tanto se faz necessário combater a mercantilização da educação como, por exemplo, a privatização das pesquisas nas academias e o capital privado que almeja gerir a instituição pública. É preciso prover um processo de aprendizagem consciente e não alienante através de uma “revolução pedagógica” com a obrigatoriedade de estar presente nos currículos o estudo da diversidade étnico-racial, ambiental, do campo, de gênero, de orientação sexual, de pessoas com necessidades educativas especiais, além de, nas universidades, a extensão estar presente em, pelo menos, 25% do currículo, assim, reconhecendo a importância do aprendizado popular e, também, compartilhando parte do conhecimento que recebemos, além de avaliar as instituições de ensino em um processo contínuo, não voltado para meritocracia individual dos educando e educadores, mas levando em conta todo o contexto que a educação está inserida...
O estudante deve compreender o novo momento que a educação brasileira está inserida e não ter medo de inovar, pois estamos diante de uma nova conjuntura a qual apresenta uma grande necessidade de mudança em como é dado o ensino no Brasil. Precisamos de uma verdadeira “Revolução Pedagógica” e essa missão deve ser encabeçada pelos educadores e estudantes criando currículos que abrangem os anseios da sociedade e não apenas reproduzam os conceitos das elites, buscando, desta forma, maneiras de os estudantes criarem conhecimento em sala de aula e não apenas reproduzirem o que lhes é imposto como verdade. É preciso, também, valorizar a extensão para fora dos colégios e das universidades, pois a extensão é uma das mais eficazes pontes entre a sala de aula e a sociedade, bem como revolucionar os métodos de avaliação e realçar o crescimento do estudante, além de não reduzir a provas e trabalhos seu desempenho evitando, assim, favorecer o conceito conservador de meritocracia, além de compartilhar com as diferenças existentes entre todos no ambiente de ensino... Ou seja, buscar o novo no lugar de apenas reproduzir. Acreditamos, portanto, que somente com a intervenção conjunta dos estudantes, professores, instituição de ensino, sociedade e governo é que podemos avançar no caminho de uma educação democrática, social e libertadora!
“Coragem se o que você quer é aquilo que pensa e faz”
2) Financiamento
10% do PIB para educação pra que (m) te quero?
Nosso papel na Universidade, como estudantes que recebem educação financiada pelo POVO, deve ser o de auxiliar a sociedade para que estes consigam dispor bem dos seus serviços de fato: fomentando ações como cursinhos pré-vestibulares populares, núcleos de extensão, pesquisas voltadas para as demandas sociais... Assim, contribuindo, verdadeiramente, para a construção de uma nova sociedade. Esse papel passa, não somente, pelas ações de extensão, mas também pelo pensamento de uma nova educação, que não seja mais essa, que foi estruturada no tempo da DITADURA, extremante excludente!
Quando falamos de financiamento do ensino, não estamos falando apenas das verbas destinadas à educação, mas também de onde elas são arrecadadas. O modelo tributário Brasileiro, baseado na reforma de 1967 e na constituição de 1988, arrecada de quem tem menos, e é qualificado como regressivo no “economês”: após a arrecadação a distribuição da renda é mais injusta do que previamente. Ora, o financiamento da educação passa por apontar de onde sairão os recursos, e, se não pensarmos em uma conjuntura em que a elite pague a maior parte da educação de todos, QUEM DEVE PAGAR?
10% do PIB para a educação são necessários! Devemos pensar, entretanto, em uma nova matriz tributária para que o financiamento disso se dê por condições mais justas. Não é, certamente, aumentando impostos sobre o consumo, entre outros que atingem, primeiramente, os mais necessitados que todos terão acesso à educação, mas sim tributando a maior parte das grandes riquezas e rendas!
De pouco adianta “brigar” por mais verbas para a educação para investi-las na reprodução do ensino como é hoje em dia. É necessário, também, disputar em que e como será investido esse dinheiro! É preciso investir em assistência estudantil, na folha de pagamento dos professores, qualificação e hegemonização do ensino PÚBLICO, na extensão, em pesquisas voltadas para as demandas sociais, na UNIVERSALIZAÇÃO de todas as instâncias do ensino público...
É inacreditável ver o Movimento Estudantil lutando por mais verbas para um modelo de educação excludente e que suga enormes montantes de verbas públicas das pessoas mais carentes, sem debater reestruturação deste! Como cobrar de quem paga mais imposto, que são as pessoas mais pobres, e faze-las pagar uma educação a qual nunca terão acesso?
10% do PIB para a educação já! Mas para TODA população e paga por quem têm um divida histórica com a sociedade brasileira: a elite!
“Coragem se o que você quer é aquilo que pensa e faz”!
Propostas de quem sabe o que quer e faz
Assinaturas
Bernardo Lucero de Carli 175132 - História Licenciatura
Bruno Berghahm Santana 170655 - Ciências Econômicas
Bruno Grillo de Bermudez 193827 - Ciências Econômicas
Daniel Damiani 135218 - Ciências Sociais Licenciatura
Diego Machado 183193 - Ciências Econômicas
Dieter Axt 172855 - Direito
Eduardo Galant 185235 - Agronomia
Fábio Viecieli 172683 - Historia Licenciatura
Frederico Scheinflub Blanco 160135 - Engenharia Mecânica
Guilherme Casagrande 179855 - Design de Produto
Guilherme Oliveira Ritter 182308 - História
Guilherme Reis de Oliveira 161786 - Ciências Econômicas
Gustavo Rotunno da Rosa 159430 - Ciências Econômicas
Leo Assis Brasil 208634 - Fisioterapia
Leonardo Porzio 173934 - Pedagogia
Lourenço Teixeira 192354 - Historia Licenciatura
Lucas Irion Coletto 180380 - Ciências Econômicas
Lucas Piccoli Weinmann 173390 - Arquitetura
Lucas Santos Oliveira 208038 - Relações Internacionais
Lúcia Kaplan 205661 - Design Visual
Luis Felipe Schmitz 180784 - Ciências Econômicas
Matheus Christo Chula 172185 - Administração
Matheus Gonçalves de Castro 152625 - Publicidade e Propaganda
Mirian de Oliveira Dornelles 164392 - Ciências Econômicas
Moisés de Lima Mattos 164085 - Ciências Econômicas
Otavio Munaro Xavier 173337 - Ciências Econômicas
Paula Aguiar 159932 - Relações Internacionais
Paulo Pflug 135501 - Ciências Sócias Bacharelado
Pedro Ferreira Leite 181150 - Ciências Sociais Licenciatura
Pedro Henrique Marque de Oliveira 173249 - Ciências Econômicas
Pedro Zanini Pretto 170501 - Ciências Econômicas
Rafael Delgado da Silva do Prado 171000 - Historia Bacharelado
Rafael Puig 191901 - Arquitetura
Ramiro Crochemore Castro 208660 - Ciências Sociais
Raquel Lamb Lautert 173024 - Ciências Atuariais
Rodrigo Cezar Dias 208241 - Letras Licenciatura
Rodrigo de Oliveira Bastos Martins 181444 - Engenharia de Produção
Rodrigo Henrique Costa Schley 124606 - Ciências Econômicas
Tiago Kaplan 170645 - Ciências Econômicas
Zangirolami Khambazz Silva Mendes 184176 - Ciências Econômicas
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